Slide 3: “...mas uma sombra, ao menos,
do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível,
por exemplo...”
Slide 6: Estamos numa aldeia
chamada Azinhaga,
no Alentejo português,
a região sul do país
onde se produzem azeitonas, cortiça
e trigo.
Slide 7: E nesta
pequena aldeia,
modestas plantações
e criação de porcos
é o que há para
ser feito.
Slide 8: Jerónimo e Josefa
estão particularmente felizes hoje, 16 de novembro de 1922, pois é o dia que viu nascer o seu mais novo neto,
a quem o destino
conferiu o nome de
José Saramago.
Slide 9: Livros e letras
não fazem parte
da rotina deste casal
de camponeses,
bem como de tantos
outros vizinhos. As poucas palavras
faladas lhes servem
aos propósitos, e o seu mundo é o quintal
que em breves minutos percorremos.
Slide 10: Na primavera de 1924,
os pais de Saramago,
Maria da Piedade
e José de Sousa, abandonam o seio
do campo e se mudam
para Lisboa,
onde ele conseguiu
um novo trabalho como policial do trânsito.
Slide 11: Em Lisboa,
Maria da Piedade
passa a cuidar dos
afazeres domésticos,
e se dedica aos filhos, Francisco, de quatro anos,
e José Saramago, que conta com dois anos
de idade.
Slide 13: Uma dor que
Maria da Piedade
carregará pelo restante
dos seus dias.
Slide 15: Sua mãe o envia nas férias para Azinhaga, para
o contato com o campo
e com os avós maternos.
Slide 16: E nas temporadas que passa na aldeia dos avós,
o pequeno José sente-se feliz como um pássaro livre.
Slide 17: O contato com a Natureza – a inocência,
cheia de beleza e serenidade, das coisas puras.
Slide 18: Os peixes que, nadando velozes, mantêm-se,
por vezes, imóveis contra a força da corrente...
Slide 19: Anos mais tarde, recordará Saramago
algumas lembranças do avô Jerónimo:...
Slide 20: “Recordo daquelas
noites mornas de Verão,
quando dormíamos
debaixo da figueira
grande, ouço-o falar
da vida que teve,
das histórias e lendas
da sua infância
distante.”
Slide 21: “Adormecíamos tarde,
bem enrolados
nas mantas por
causa do fresco da
madrugada...”
Slide 22: As lembranças da
pequena aldeia
e o tempo passado na companhia dos avós
– as grandes referências morais e sentimentais
na sua vida –
acompanharão
o pequeno José pelos
anos e décadas
vindouros.
Slide 24: Por falta de recursos,
Saramago não
chega a concluir
o secundário,
trocando os estudos acadêmicos pelo
curso de serralharia mecânica numa escola técnica de Lisboa.
Slide 25: Aos dezenove anos
passa a trabalhar num hospital, fazendo a manutenção do
maquinário. Com o trabalho a consumir as horas do dia, cultiva a rotina de dedicar a noite à leitura.
Slide 26: Todas as noites,
depois de jantar,
vai a pé, apesar da longa distância, até a biblioteca pública de Lisboa,
onde permanece até
a hora de fechar,
lendo tudo o que pode. São estas leituras as suas aulas, o seu professor,
o seu mestre...
Slide 27: “Como gostava de,
um dia, começar a escrever, afinal, ser um escritor!
E ser escritor era para
o jovem José
uma reflexão sobre a vida
e os seus absurdos...” Sobre esta fase,
recordará anos
mais tarde:...
Slide 29: Em 1944, aos 22 anos
de idade, casa-se com a pintora Ilda Reis, sendo que três anos mais tarde, em 1947, nasce
a filha, que recebe
o nome Violante. Neste ano também
publica o seu primeiro
livro, ‘Terra do Pecado’.
Slide 30: José Saramago, Ilda Reis e a filha Violante, 1951
Slide 31: Pais e filhos – a convivência gera laços;
no entanto, o amor, a admiração
e o carinho necessitam ser construídos.
Slide 32: Leva tempo, atenção e cuidado
arar a terra que fecunda
afeição e ternura, respeito e carinho.
Slide 33: Leva tempo, atenção e cuidado
arar a terra que fecunda
afeição e ternura, respeito e carinho. José Saramago
e Violante
às margens
do rio Almonda
Azinhaga, 1951
Slide 34: “A expressão
vocabular humana
não sabe ainda
e provavelmente
não o saberá nunca, conhecer, reconhecer
e comunicar
Slide 35: “A expressão
vocabular humana
não sabe ainda
e provavelmente
não o saberá nunca, conhecer, reconhecer
e comunicar José Saramago
e Violante
Azinhaga, 1953
Slide 37: A sua paixão pela
literatura leva-o
a conseguir posições
de certo destaque
no meio editorial,
atuando como
colunista, revisor,
tradutor e
crítico literário.
Slide 38: Com aproximadamente quarenta anos de idade,
seu nome começa a
ser conhecido no campo
da literatura e cultura
em Portugal.
Slide 40: Em 1970,
Saramago
e Ilda Reis se
divorciam. E em 1975,
ao deixar a
função de
editorialista do
jornal onde
trabalha,
resolve dedicar-se exclusivamente
à literatura.
Slide 41: Em 1980, aos 58
anos de idade,
Saramago publica
o seu segundo
romance, chamado
“Levantado
do Chão”.
Slide 42: Desta vez,
a acolhida é
bem diferente;
a obra é recebida
com êxito, tanto
pela crítica,
quanto pelo público,
em Portugal.
Slide 43: Aos sessenta e poucos
anos de idade
Saramago dá início
a uma tardia e
improvável carreira
literária.
Slide 44: Separado, com a
filha já adulta.
Realizou o sonho de escrever e ser lido. Com um sucesso considerável em Portugal , parece um homem satisfeito com a vida que lhe
fora destinada.
Slide 45: “Aos 63 anos de idade, o que um homem pode ainda esperar da vida?...”
afirmaria numa entrevista,
“Não muito...”.
Slide 46: Mas o futuro ainda lhe reserva
algumas surpresas... ( fim da primeira parte desta apresentação )
Slide 47: Uma jornalista espanhola, nos seus trinta
e poucos anos, passeia por uma livraria
à procura de títulos interessantes.
Slide 48: Ao passar por uma estante que contém alguns livros separados para serem devolvidos à editora, se depara com um título
que chama sua atenção.
Slide 49: Mesmo sem ter ouvido falar do autor,
ela resolve comprar o livro, sem poder imaginar
as consequências que tal decisão,
aparentemente trivial, poderá ter.
Slide 50: Coincidências da vida, dirão alguns, enquanto outros atribuirão o ocorrido ao destino, ao acaso, ao inevitável...
Slide 51: O livro se chama ‘Memorial do Convento’. E a jovem jornalista que o acaba de adquirir, Pilar del Río.
Slide 52: Blimunda, a protagonista de ‘Memorial do Convento’,
ocupa um lugar especial dentre todos os personagens femininos criados por Saramago.
Slide 54: Ela procura outros livros de Saramago, e diante da revelação e fascinação sentida após cada leitura, resolve entrar em contato com o autor.
Slide 55: E eu queria dizer-lhe:
completou-se o ciclo, li-o e entendi.”
Slide 56: Uma bela tarde, toca o telefone na casa de Saramago. Pilar se identifica, dizendo ser uma leitora e admiradora. Conversam sobre os livros de Saramago, sobre a literatura, sobre a vida...
Slide 58: Por ocasião do encontro, aproveitam para passear pela cidade de Lisboa, e falam de quase tudo.
Depois, ela retorna para Sevilha.
“Com uma estranha paz.”
Slide 59: No dia seguinte, Saramago retribui a visita de Pilar a Lisboa, enviando-lhe uma carta, acompanhada de rosas.
Slide 60: Caminhos que se entrecruzam,
vidas prestes a se mudar para sempre...
Slide 61: Coincidências da vida, dirão alguns. O destino, o acaso, o inevitável, afirmarão outros...
Slide 62: Há quem afirme que as histórias de amor, todas elas, desde o início dos tempos, se parecem, se repetem.
Slide 63: O que muda são os nomes,
os detalhes,
os corações...
Slide 64: As idas e vindas entre Sevilha e Lisboa, onde Pilar e Saramago residem, respectivamente, passam a se tornar cada vez mais frequentes.
Slide 65: Os 28 anos de vida que separam Pilar, com 34 anos, e Saramago, 63, se tornam um mero detalhe diante do amor que sentem.
Slide 66: Em outubro de 1988
celebram o casamento.
Slide 67: Ao lado de Pilar, Saramago inicia o que chama de sua ‘segunda vida’.
Slide 68: Saramago observa que aos 63 anos, “quando já não se espera nada”, encontrou “o que faltava para passar a ter tudo” – Pilar.
Slide 69: Ela, espanhola: sonhadora, lutadora, vive a batalha de mudar o mundo; Ele, português: melancólico, sereno...
Slide 70: Uma combinação perfeita.
Slide 72: “A Pilar,
os dias todos” “A Pilar, até ao último instante...” “A Pilar, minha casa”
Slide 74: É a primeira leitora dos textos de Saramago, e a tradutora das obras do marido para o espanhol.
Slide 76: Em 1992, a Secretaria de Cultura de Portugal veta a inscrição do livro na disputa do Prêmio Literário Europeu,
por considerá-lo “ofensivo para o catolicismo do povo português.”
Slide 77: Em reação a tal veto, que considera censório, Saramago se muda de Portugal,
passando a fixar residência na ilha de Lanzarote, Ilhas Canárias.
Slide 79: Escrito em 1995, próximo à virada do milênio, o romance aborda uma epidemia de cegueira repentina que acomete a inteira população de uma cidade.
Slide 80: A cegueira como uma alegoria para o estado
de crise por que passa a atual sociedade,
onde, frequentemente, os limites entre civilização e barbárie são rompidos.
Slide 81: A cegueira como uma alegoria para o estado
de crise por que passa a atual sociedade, ... A cegueira descrita no livro é uma “cegueira branca”, pastosa, como se alguém tivesse mergulhado de olhos abertos num “mar de leite”.
Slide 82: “Trevas brancas” a anuviar o olhar daqueles que, tendo olhos, não conseguem (ou se recusam a) enxergar.
Slide 83: Uma cegueira por vezes associada ao avanço irrefreado do consumismo e do materialismo, que faz com que os homens percam a consciência de si, se deformem, se massifiquem e se barbarizem.
Slide 84: Uma cegueira que promove a ruptura com a nossa própria essência –
a compaixão,
o cuidado,
a solidariedade...
Slide 85: “Penso que estamos cegos,
Slide 86: “Se podes olhar, vê.
Se podes ver, repara”. (epígrafe do livro “Ensaio sobre a Cegueira”)
Slide 87: “Somos a memória que temos
e a responsabilidade que assumimos.
Slide 88: 1995 – Saramago recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura da língua portuguesa.
Slide 89: 1998 – Recebe o Prêmio Nobel de Literatura,
tornando-se o primeiro autor da língua portuguesa a receber a homenagem.
Slide 90: 1998 – Recebe o Prêmio Nobel de Literatura,
tornando-se o primeiro autor da língua portuguesa a receber a homenagem.
Slide 92: Ao receber o prêmio, Saramago inicia seu discurso com uma homenagem ao avô, o camponês Jerónimo Melrinho, o que também pode ser visto como uma crítica à pompa das instituições literárias:...
Slide 93: “O homem mais sábio que conheci em toda minha vida não sabia ler nem escrever...”
Slide 94: E passa a discorrer sobre memórias de sua infância, suas fontes de inspiração e formação, e sobre alguns de seus principais livros e personagens.
Slide 95: Com a conquista do prêmio Nobel, inicia-se
uma nova fase na vida de Saramago e Pilar.
Slide 96: Com a conquista do prêmio Nobel, inicia-se
uma nova fase na vida de Saramago e Pilar.
Slide 97: Com a conquista do prêmio Nobel, inicia-se uma nova fase na vida de Saramago e Pilar.
Slide 99: “Acho que na sociedade actual
nos falta filosofia...”
Slide 100: “Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias, não vamos a parte nenhuma.”
Slide 101: “Falamos muito ao longo destes últimos anos dos direitos humanos; simplesmente deixamos de falar de uma coisa muito simples,...”
Slide 102: “...que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo. E é essa indiferença em relação ao outro, essa espécie de desprezo do outro,...”
Slide 103: “...que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional.”
Slide 104: “...que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional.”
Slide 105: “...que consiste em estar no mundo e não ver o mundo ou só ver dele o que,
em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses.”
Slide 108: E fazendo uso do espaço, da atenção e notoriedade conferidos pelo prêmio Nobel,
Saramago denuncia as injustiças sociais, e defende com coração e alma as causas que abraça:...
Slide 109: Os cuidados com a infância;
A educação de qualidade;
Os direitos dos povos nativos da América Latina;
O combate à violência doméstica; A luta pelo fim dos
maus-tratos contra animais;
A questão dos refugiados;
O sofrimento do povo palestino;
dentre tantas outras.
Slide 110: Aos oitenta anos de idade,
guarda o vigor juvenil de se revoltar contra toda injustiça, e
não permite que se morra nele o desejo de mudar o mundo. O engajamento sempre em prol do humanismo.
Slide 112: Em 2007, aos 85 anos, Saramago é agraciado com
o prêmio “Amigo das Crianças”, concedido pela fundação ‘Save the Children’.
Slide 113: Segundo a fundação, o prêmio é um reconhecimento ao grande empenho na procura de “um mundo melhor em que todas as crianças tenham esperança e oportunidades”,...
Slide 114: ...salientando, ainda, o “compromisso ativo pela paz” e o “apoio continuado às campanhas e projectos relacionados com a infância e com
os mais desfavorecidos”.
Slide 115: Dentre os livros de Saramago encontra-se
um dedicado ao público infantil
– “A Maior Flor do Mundo”.
Slide 116: Foto tirada em novembro de 2005.
Slide 117: Pilar é uma companhia constante nos
intermináveis compromissos e viagens.
Slide 118: Igualmente defensora de inúmeras causas humanitárias, atua como confidente, conselheira, tradutora e é quem organiza a agenda do marido.
Slide 119: Estão sempre juntos – em Lisboa e Lanzarote
ou pelo mundo – e de mãos dadas.
Slide 120: Estão sempre juntos – em Lisboa e Lanzarote
ou pelo mundo – e de mãos dadas. Um amor e uma admiração singulares –
a aura envolvente que raros casais emitem...
Slide 121: “Pilar, se eu tivesse morrido aos 63 anos, antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora.” José Saramago
Slide 122: “Pilar, se eu tivesse morrido aos 63 anos, antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora.” José Saramago Em meio às constantes viagens, é na residência
em Lanzarote, com vista para o mar, que
Saramago recompõe as energias e se restabelece.
Slide 123: E mesmo com a agenda corrida, ele reserva tempo para escrever ao menos duas páginas diárias – que totalizará um livro ao fim de um ano, conforme observa.
Slide 125: Jorge Amado, Chico Buarque, Leonardo Boff, Sebastião Salgado, Lygia Fagundes Telles Paulo Freire, Betinho, Frei Betto, entre tantos outros.
Slide 127: Certa vez, diante da cativa platéia e da efusão de beijos e abraços que se seguiram, exclama:...
Slide 128: Certa vez, diante da cativa platéia e da efusão de beijos e abraços que se seguiram, exclama:... “Esta gente quer me matar de amor!”
Slide 130: Frequentemente aceita convites para visitar
escolas, proferir palestras e participar de debates.
Slide 132: Saramago, rodeado pela família – foto tirada em 1993, na varanda da casa de Lanzarote.
Slide 133: A filha, Violante, e o genro, Danilo; os netos, Ana e Tiago. Pilar e Juan Jose – filho do primeiro casamento,
(que segura o cãozinho Camões).
Slide 135: Certa vez, declara gostar da seção de quadrinhos dos jornais. “Confesso que gosto muito do Calvin e do Hobbes, do Snoopy, do Garfield,...”
Slide 140: “O homem é o único animal capaz de chorar. É diante do mar que o riso e a lágrima assumem uma importância absoluta.” E de sorrir.
Slide 141: “Dir-se-á que mais profundamente a assumiriam diante do universo, mas esse, digo eu, está demasiado longe, fora do alcance duma compreensão comum.”
Slide 144: Tão logo se recupera, conclui o livro
“A Viagem do Elefante”,...
Slide 145: ...e faz questão de viajar para o Brasil, aos 85 anos de idade, para o lançamento mundial da obra.
Slide 146: ...e faz questão de viajar para o Brasil, aos 85 anos de idade, para o lançamento mundial da obra. A escolha do Brasil para o lançamento mundial é um presente ao carinho e amizade dos brasileiros.
Slide 148: A notória lucidez e a acuidade da sua reflexão filosófica permanecem inabaláveis,
contrastando cada dia mais com a saúde física debilitada.
Slide 149: “A vida é como uma vela que vai ardendo,
quando chega ao fim lança uma chama mais forte antes de se extinguir.”
Slide 150: “Creio que estou
no período da
última chama...”, afirma Saramago diante das crescentes limitações impostas pela saúde frágil .
Slide 151: Janeiro de 2010 –
Haiti é sacudido por um forte tremor, que deixa milhares de mortos, feridos e desabrigados.
Slide 153: Apesar da distância, desde a
ilha de Lanzarote, encontra
um meio de contribuir, e de lançar o seu incansável apelo
para a humanidade.
Slide 154: Ele convence sua editora a
publicar uma edição especial do livro “Jangada de Pedra”, que terá a renda revertida integralmente em prol do povo haitiano.
Slide 155: Mais que um gesto de ajuda,
um sopro de alento, nestes
dias de fria indiferença,
nestes tempos tão desprovidos de compaixão social e caridade.
Slide 156: – Uma ‘Jangada de Pedra’
a caminho do Haiti –
Slide 157: Abril de 2010, a saúde física de Saramago
a tal ponto está debilitada que o seu médico
lhe impõe repouso absoluto.
Slide 158: O repouso absoluto, observa o médico,
abrange também a escrita, ou seja,
Saramago deverá parar de escrever.
Slide 159: Diante da renúncia derradeira à escrita
que acaba de ser imposta ao esposo,
Pilar sente que a recuperação será um milagre.
Slide 160: “...enganadora é sim a luz do dia,
faz da vida uma sobra apenas recortada,
Slide 161: “...talvez para nosso sossego e descanso,
paz à alma
dos vivos.”
Slide 162: Mês de maio, 2010
Slide 163: Durante as últimas semanas,
Saramago quase não fala, mas ri, e segue rindo.
Slide 164: Embora participe dos jantares e cafés da manhã
que Pilar carinhosamente lhe prepara,...
Slide 165: ...parece nutrir outras fomes e outras necessidades,
anseios que a este mundo já não mais pertencem.
Slide 166: Ele está aqui e não está, mas sorri.
Slide 167: Ele está aqui e não está, mas sorri. “...o espírito não vai a lado nenhum sem as pernas do corpo,
Slide 168: No dia 18 de junho,
depois de uma noite serena e tranquila, Saramago falece na sua residência em Lanzarote, acompanhado de Pilar e de sua família, “despedindo-se de forma serena e plácida.”
Slide 170: estes ganharam
uma voz a defendê-los e quem se importe com eles...
Slide 172: Segundo o amigo e teólogo Leonardo Boff, Saramago cultivava
“a espiritualidade como sentimento do mistério
do mundo,,
da profundidade
humana
e do amor
aos oprimidos.”
Slide 173: Leonardo Boff descreve a tarde que ele e a esposa, Márcia, passaram
na companhia
de Saramago e Pilar
como “um festim de espiritualidade”.
Slide 179: Formatação: um_peregrino@hotmail.com Tema musical:
Primeira Parte: ‘Illumination’, White Stones
Segunda Parte: ‘Moment musical n.3’, Schubert
Slide 180: Obrigado,
Saramago.